Era pra ter dado certo. Por que não deu?



Era ter pra gente ter dado certo. Por que não deu? Talvez o erro tenha sido meu. Ou seu. Ou nosso. Talvez o erro seja de todo mundo. O rapaz da farmácia, o cobrador do ônibus, a moça do supermercado, o médico, a fashionista, eu, você, e até a sua mãe. Todos nós erramos. Seja na chegada ou na partida, nós erramos. Nós deixamos o laço virar nó. E quando vira nó.. Ah, você sabe.. Já não é mais laço. Nó é nó, não adianta.. O que nasceu pra ser tormento, nunca vai ser calmaria. 

E eu sou tormento. Sou cheia de erros, de manias esquisitas, de confusões internas, de defeitos irreversíveis.  Eu sou assim, feito tempestade, que passa sempre deixando um pouco de dor. E amor. Eu sou assim.. Um pouco de cada lugar que já visitei, de cada pessoa que já conheci e um pouco de amores que eu nunca vivi. Eu sou tormento. Eu sou rainha da confusão. Mas você não.. Você é a brisa da manhã. Que refresca os pensamentos e traz sempre uma nova esperança junto com os ventos. Você é paz. Rei da tranquilidade.

O meu tormento com a tua calmaria, fez o laço virar nó. E o nó prendeu o amor. O amor nos prendeu. E nós viramos reféns dessa confusão. Eu não tive escolha. O erro não foi meu. Ou foi. Eu não sei. Eu fiz o que eu tinha que fazer.. Eu lutei pra salvar você. Mas você não entendeu, bateu a porta e me esqueceu. E aí, eu descobri que eu nem era tudo isso de tormento, e você não era quase nada de calmaria. Eu descobri que a gente não se conhecia. Eu não sabia quem era você. Eu não sabia quem eu era. Eu não sabia onde estava o amor. 

E você nunca me explicou. E isso fez doer.  Porque quando nós viramos reféns, eu salvei você.. Mas você nunca me salvou. Assim como você me abandonou.. Eu te abandonei também. Que pena. Era pra ter dado certo. Por que não deu? Talvez o erro não tenha sido meu, ou seu e nem de ninguém. Talvez o erro tenha sido do nosso amor, eu acho que ele nunca existiu.


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